O Moderno na Dança do Ventre

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As danças do Oriente são sem dúvida parte de um universo rico em magia, beleza e mesmo sendo antiguíssimas, possuem refinadas técnicas corporais. O dançar envolve, além da técnica, o domínio de interpretação dos sons de instrumentos que carregam em si uma musicalidade que nos remete a algo antigo, misterioso e até místico. Nela tudo é mágico, cada gesto, cada olhar, cada movimento executado conta a história ancestral da cultura de povos milenares e expressa toda a riqueza de suas tradições. Cada vez mais o ocidente tem contato com a cultura do oriente e em especial com o folclore e com a Dança do Ventre que se desenvolve no Egito e ganha força cada vez mais aqui no Brasil. Como em todas as artes, a cultura ocidental vem acrescentando elementos bem contemporâneos as danças orientais, através da fusão de diversos estilos coreográficos vindos de outros países semelhantes entre si e até com o folclore brasileiro.
Nessa miscelânea temos a fusão de estilos musicais antigos com o eletrônico, à mescla das roupas orientais com trajes arrojados ocidentais, movimentação corporal complexa resultando em uma interpretação artística extremamente envolvente, misteriosa e poderosa. Um bom exemplo disso é o “O Estilo Tribal” que surge como um movimento revolucionário que faz uma perfeita alquimia étnica entre as danças Africanas, Ciganas, Indianas e Árabes, agregando também as influências do yoga, flamenco, break dance, street dance, hip hop, rock, gótico entre outros. Os elementos dentro da dança também passam por essa modernização, temos o privilégio de assistir performances com belíssimos efeitos visuais criados pelos diversos tipos de véus. Entre eles os véus de seda adaptados à malabares circenses chamados “Poi”, véus de seda adaptados a leques chamados de “Fan”, tecidos metálicos plissados imitando as grandes asas da Deusa Ísis chamados “Wings”, longos tecidos esvoaçantes, capas, véus de seda pura pintados artesanalmente em estilos florais, abstratos, peles, arco-íris e infinitas criações artísticas que tornam as apresentações da dança Oriental atual mais elegantes e belas, exaltando-as como uma arte magistral.
A modernização é parte do processo evolutivo da dança na nova era, é muito bem vinda, abre todas as possibilidades criativas, porém existe uma linha muito sutil que separa uma fusão de uma confusão. Então, as coreógrafas, as professoras e as estudantes devem ser bastante cuidadosas em suas criações, usando e abusando do bom gosto, da pesquisa sobre o tema, do senso de estética e principalmente do respeito para com a dança, a música e a indumentária a serem exploradas. É desafiante e interessante pereceber que a cada nova combinação descoberta contribui muito para a ampliação dos horizontes e das expressões artísticas no universo fantástico das Danças Étnicas Modernas. Crie novas mutações, explore novos universos, misture todas as técnicas, combine os passos, permita-se ser diferente, revolucione, inspire-se nos sons da nova era. Seja completamente original, evolua e cresça com as novas experiências. O aprendizado é uma constate, por tanto dance sempre e cada vez melhor.
Autora: Luciana Ferraz do amaral Martins – Bailarina Níjme®
Matéria publicada na página 6 do Guia Alif – Edição nº 2 – ANO I Novembro e Dezembro de 2010.

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